quieta
ficas aí atrás...
apenas como quem escuta
as flores a crescerem-te
pelo avesso
da fala
Dispo o casaco, deito-me. E o silêncio cai como sempre dependente de mim.
Ponho primeiro as mãos sobre o ventre, subo-as até aos ombros, passo-as pela cara, pelos olhos e começo a falar; a tirar, a puxar pelo dentro do meu corpo. Pelo dentro do antes; do dantes. Da memória. Construir a memória - reconstruir a memória. Como um puzzle.
Começo a puxar pelo fio, a trepar, a subir por ele. A mergulhar dia a dia mais fundo, mais fundo, mais fundo... onde já nada reconheço mas vislumbro e tudo me é já conhecido, afinal.
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