domingo, 5 de abril de 2009

Fernando Pinto do Amaral

Mergulharam ambos num silêncio que estava de acordo com a paisagem. Tinham pedido o pequeno-almoço para o quarto e acabavam de o tomar na varanda. O domingo amanhecera sob um lençol de névoa que mais uma vez lhes fazia evocar a adolescência naquelas praias, à espera que o sol abrisse depois do meio-dia. Respiravam o ar húmido da ria com uma sensação de clandestinidade, como se aquele manto cinzento os escondesse do mundo exterior e os protegesse de toda a gente, das ameaças da vida terrestre.

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