terça-feira, 23 de março de 2010

Tempos de poesia I: fui e não fui

Quando as crianças brincam
Eu as oiço brincar,
Qualquer coisa em minha alma
Começa a se alegrar.

E toda aquela infância
Que não tive me vem,
Numa onda de alegria
Que não foi de ninguém.

Se quem fui é enigma
E quem serei visão,
Quem sou ao menos sinta
Isto no meu coração.

Fernando Pessoa

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