terça-feira, 29 de setembro de 2009

Contos mágicos de palavras invulgares

começa assim
O não desaparecimento de Maria Sombrinha “Pense-se, antemanualmente, que esta estória arrisca conter morte de criança. Veremos a verdade dessa tristeza. Como diz o camaleão – em frente para apanhar o que ficou para trás.” continua A viagem da cozinheira lagrimosa “- Dinheiro, meu patrão, é como lâmina… corta dos dois lados. Quando contamos as notas se rasga a nossa alma. A gente paga o quê com o dinheiro? A vida nos está cobrando não o papel mas a nós próprios. A nota quando sai já a nossa vida foi.” também A última chuva do prisioneiro “Que caia um montão de chuva, até chover dentro de mim, pingar-me os tectos da cabeça, me aguar o coração e eu sentir que Deus me está lavando das poeiras que a vida me sujou.” e ainda A gorda indiana “Ele a tomou nos braços e a acarinhou, cedido, sedento. Os que beijam são sempre príncipes.” também A menina, as aves e o sangue “A senhora escutou, mãos juntas, na educação do colo. Anuindo com o queixo, ia esbugolhando o médico. Todo o seu corpo dizia sim, mas ela, dentro do seu centro duvidava. Pode-se morrer assim com tanta leveza, que nem se nota a retirada da vida? E o médico, lhe amparando, já na porta: - Não se entristonhe, a morte é o fim sem finalidade. A mãe regressou a casa e encontrou a filha entoando danças, cantarolando canções que nem existem. Se chegou a ela, tocou-lhe como se a miúda inexistisse. A sua pele não desprendia calor. – Então, minha querida não escutou nada?”

Contos do Nascer da Terra de Mia Couto

para meu agrado ainda não acabei

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