Agora é hora de arrumar o lixo. Na evasão dos sentidos, deambulo pelos caminhos mais fáceis de caminhar. O sopro da melancolia esvaiu-se aos poucos. Respiro agora com mais urbanidade. Neste massacre que foi otempo rasurado em repetições sem fim, percorri a lúgubre estrada insone. Na pícara demasia do silêncio, um esgar inefável percorria a sala áspera e abafada dos abraços. Todos os corpos que rastejavam para a luz eram a simbiose perfeita de um sonho. O resto, foi uma cerimónia com todos os presentes na alegria do risco e da vitalidade.
Todas as sombras já foram apagadas pela mimese inaudita do actor. O perfume do dia foi consumido no dealbar da noite, entre um atroz cansaço e uma cama macia por utilizar. De um salto, a memória retêmo percurso feito amor, arte feita carinho e um sorriso ainda por explicar. Por ora, é tempo de guardar as ferramentas, as aprendizagens feitas num ritmo inefável de velocidade excessiva. Tempo agora de parar, de pagar todas as multas. Evasão para outras margens, novos trilhos do andarilho pobre sempre carregando no saco mais e maravilhoso lixo!
reciclemos
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