Qualquer trabalhador informado sabe que o nível médio das pensões de reforma da Segurança Social corresponde a 65% do último salário, mais vírgula menos vírgula. Isto é assim desde as alterações de Bagão Félix, reforçadas por Vieira da Silva. A excepção são os funcionários públicos — categoria onde, além dos funcionários propriamente ditos, se incluem os professores, médicos, magistrados, diplomatas, militares, polícias e outros —, cujas aposentações correspondem a 90% do último vencimento (acontece assim desde 2003, com Manuela Ferreira Leite nas Finanças; até 2002 correspondiam a 100%); e os trabalhadores das empresas que asseguram complementos de reforma: a EDP, a PT, a TAP, bancos, seguradoras, etc. Portanto, se as previsões da OCDE se cumprirem, em 2030 os trabalhadores portugueses que descontam para a Segurança Social arriscam-se a ver descer o valor das suas pensões de reforma dos actuais 65% (a maioria) para 54% do último salário. A parte engraçada é que os media dão a notícia como se fosse já para hoje. Voltando ao essencial: dou um rebuçado a quem provar que um reformado da indústria farmacêutica, metalúrgica, têxtil, do calçado, etc., do sector da construção civil, do turismo, da hotelaria e restauração, do comércio, da agricultura, da pesca, da comunicação social, dos serviços, dos transportes, etc., aufere pensões de reforma correspondentes a 90% do último salário. As previsões da OCDE são preocupantes? É evidente que sim. Porém, a perspectiva não é cair de 90% para 54%, mas de 65% para 54%. Sendo mau (muito mau), não é exactamente a mesma coisa. E é só daqui a 20 anos...
até prova do contrário...
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Há 6 dias
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